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Enfermeira Mestre em Tecnologias em Saúde; Especialista em Emergências e em Gestão em Emergências em Saúde Pública. Formada em Direito. Profissional do Cuidado Humano, da área da Enfermagem com experiência na assistência a pacientes graves, com doenças crônicas e com grau de dependência. Professora atuante na formação de profissionais na área de Enfermagem.

BOAS VINDAS.

Nesse blog estão disponíveis conceitos básicos e essenciais sobre fisiologia humana e, cabe destacar, as informações são embasadas no Tratado de Fisiologia Médica de Arthur C. Guyton. Sendo assim, são noções confiáveis e usadas por todos que trabalham com saúde.



Sejam todos bem vindos e aproveitem!

Mecanismos neurogênicos



Aspectos funcionais no controle do tônus vascular – o sistema nervoso simpático. A variação do tônus vascular depende de diferentes fatores funcionais. Dentre eles destaca-se a atividade simpática gerada centralmente e modulada por aferências de diferentes reflexos e por substâncias vasopressoras ou vasodepressoras circulantes ou produzidas pelas células da musculatura lisa ou endoteliais. Sabe-se que pelos menos três maiores arcos reflexos estão envolvidos na modulação da atividade simpática, e são ligados aos barorreceptores arteriais (alta pressão), aos receptores cardiopulmonares (baixa pressão) e aos quimiorreceptores arteriais.


Pressorreceptores arteriais (barorreceptores)

Os pressorreceptores arteriais são o mais importante mecanismo de controle reflexo da PA, momento a momento. Localizados na crossa da aorta e no seio carotídeo, próximos à bifurcação das carótidas, são os principais responsáveis pela regulação momento a momento da PA. São constituídos por terminações nervosas livres situadas na adventícia, próximas à borda médio-adventicial, que são extensamente ramificadas e apresentam varicosidades e convoluções a espaços irregulares. As terminações nervosas são compostas por fibras pré-mielinizadas, associadas a fibras amielínicas, que são mais finas e se enrolam sobre as pré-mielinizadas,garantindo uma ligação firme com o vaso, o que permite que funcionem como mecanorreceptores sensíveis à distensão circunferencial da parede do vaso e/ou tensão determinadas pela variação da pressão intravascular.

Dessa forma, a elevação da PA acima dos valores basais causa elevação da tensão vascular e maior deformação da aorta, determinando que muitos potenciais de ação sejam gerados durante todo o ciclo cardíaco (descarga em saturação). Quando a PA cai, a tensão e a deformação vascular diminuem, reduzindo proporcionalmente a gênese de potenciais de ação.

Há uma deformação mínima da parede vascular, necessária para gerar o primeiro potencial de ação (a pressão na qual ocorre é identificada como pressão limiar de descarga) e abaixo desse valor não há disparos de potenciais de ação. Na pressão basal, a deformação da aorta e o nível de descarga dos mecanorreceptores são intermediários entre as situações extremas (limiar e saturação), sendo que a atividade aferente é intermitente e sincrônica com a expansão da aorta verificada durante o período sistólico. 

O nível de atividade das fibras aferentes aórticas e carotídeas mielinizadas e não-mielinizadas é, portanto, função direta das variações instantâneas da deformação e tensão vasculares induzidas pela PA. As informações sobre os níveis de PA, fornecidas pela freqüência de descarga dos receptores, são conduzidas ao bulbo por neurônios bipolares, cujos corpos celulares estão localizados ou no gânglio nodoso ou no gânglio petroso, constituindo essas aferências os nervos aórtico ou carotídeo, e se incorporando aos nervos vago e glossofaríngeo respectivamente.
Disponível em: http://www.sbh.org.br/revistas/2005_N1_V8/revista4Hipertensao2005.pdf